quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Modelos para avaliação da formação

Modelo CIPP proposto por Daniel L. Stufflebeam

→ Data: Entre 1968 e 1971 


→ Função da avaliação: É voltada para a tomada de decisão e centrada no processo formativo.

Daniel Stufflebeam
→ Resumo: Stufflebeam evidencia a existência de quatro fases    antecedentes à atividade avaliativa:
O Planejamento (o que se deseja fazer?), a Estruturação (como se  deseja fazer?), a Implementação (será que se está a fazer tal e como planejado?) e a Revisão (será que está a funcionar? se não por quê?). Para cada fase ele propôs distintos tipos de avaliação: de Contexto (sobre a necessidade de formação e suas características), de Inputs da formação (a suficiência de recursos materiais e humanos e medidas alternativas à formação) , de Processo formativo (implementação das intervenções formativas e observação dos processos de ensino-aprendizagem) e de Produtos resultantes da formação (resultados face a objetivos pré-definidos); as iniciais para cada um desses tipos de avaliação originaram o anagrama CIPP. 

→ Conclusão: O modelo procurou promover a cultura da avaliação no âmbito das organizações (empresariais e educacionais) para fundamentar as decisões gerenciais com base em investigações sistemáticas.

 



       

➤ Modelo de "Avaliação Plural" proposto por Charles Hadji

→ Data: 1994


→ Função da avaliação: É voltada para a dimensão pragmática e instrumental

Charles Hadji
→ Resumo: Hadji realça a temporalidade que é inerente ao processo de avaliação de uma ação (antes, durante e depois), destacando as diversas funções da avaliação. Para ele, de acordo com a temporalidade: ANTES a avaliação deve ser diagnóstica e prognóstica com a função de orientar/adaptar centrada no produtor e suas características; DURANTE a avaliação é formativa e "progressiva" com a função de regular e aperfeiçoar, centrada nos processos e nas atividades; DEPOIS a avaliação é somativa e terminal, com a função de verificar e certificar é centrada nos produtos.  

→ Conclusão: O modelo procura determinar a informação útil, como é recolhida a informação e definir o quadro de interpretação dessa informação de um modo pluridimensional e multifuncional.







➤ Modelo ICP proposto por Gerard Figari

→ Data: 1996


→ Função da avaliação: É de por em relação, de forma explícita ou implícita, um referido (o que é objeto de uma investigação sistemática) com um referente (o que desempenha o papel de norma o objeto  pretendido).


Resumo: Figari considera a mesma temporalidade do processo de avaliação defendida por Hadji e considera essa temporalidade intrínseca  a três dimensões: Induzido, Construído e Produzido ( as letras iniciais dessas três palavras formam o anagrama ICP). A dimensão Induzida diz respeito ao conhecimento dos atores, das ações e dos funcionamentos (abrangendo não só a vida profissional, mas também a vida individual); a dimensão Construído refere-se ao momento propriamente dito da formação (elaboram-se projetos, intenções e objetivos); a dimensão Produzido está inerente a todo o processo da formação (diz simultaneamente ao processo e aos produtos - função de caráter somativo).  

→ Conclusão: As três dimensões possuem um caráter relacional e interacional e se legitimam mutuamente. O modelo é construído em torno da experiência e apela à critérios elaborados em função da situação a tratar. 




➤ Modelo de "Caixa Aberta" proposto por Xavier Roegiers
→ Data: 1997


→ Função da avaliação: É voltada à construção de um dispositivo de formação num processo de referenciação progressiva situada no contexto.

Xavier Roegiers
→ Resumo: O modelo é caracterizado desse modo porque, para Roegiers, há uma permanente interação com o meio, numa lógica de mútua influência e permite delimitar os seus componentes internos. Existe assim um duplo conjunto de elementos: os referenciais, para contextualizar a ação (elemento externo); os componentes, para caracterizar a ação (elemento interno). Os tipo de referenciais em interação são: o contexto geral (aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos); a necessidade dos atores (as necessidades que estão ligadas às estratégias); o funcionamento da instituição (plano estratégico, política educativa, etc.); e o quadro normativo (legislativo, jurídico, ético, etc.). Os componentes internos que caracterizam uma ação são: os objetivos (definição das ações para modificar um contexto esperado); os produtos (os resultados, os efeitos diretos ou indiretos); os meios (conjunto de estratégias e recursos para realizar o transito entre objeto e os produtos).   

→ Conclusão: Trata-se de um modelo complexo e dinâmico, que implica uma combinatória de elementos e fatores que entram em jogo numa ação de formação.








                                                                                                                




Figari, G. (1996). Avaliar: que referencial? Porto: Porto Editora 



GÉRARD, F. & ROEGIERS, X. (1998). “Conceber e avaliar manuais escolares.” Porto: Porto Editora.

Hadji, C. (1994). A avaliação, regras do jogo. Porto: Porto Editora

Nenhum comentário:

Postar um comentário