quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Avaliação, qualidade e equidade educacional

          A avaliação da aprendizagem deve ser constituída de modo a promover uma educação de qualidade que viabilize o princípio de justiça social e equidade. Através da avaliação é possível concretizar a qualidade e o sucesso educativo, respeitando os princípios de equidade?



           A avaliação, enquanto ferramenta de monitorização da qualidade, apresenta critérios e metodologias capazes de estimular os educandos; ela também possibilita que o professor analise se seus métodos, abordagens e planejamentos auxiliaram no resultado que se esperava. Portanto, a avaliação é uma estratégia de "mão-dupla" em busca do conhecimento de qualidade, onde o aluno é avaliado para possibilitar que o professor perceba e avalie suas práticas para melhor atender as necessidades dos alunos.
          Porém, é válido ressaltar o conceito de qualidade ao qual se é referido: associa-se ao social, transpassa o termo meramente ligado à informações ou resultados obtidos em exames, isto é, considera-se que qualidade existe "só quando uma instituição alia em alto grau as suas funções científico-formativas com as realidades concretas da sociedade na qual está inserida, ou seja, quando conhecimento e formação se enlaçam com os projetos pessoais e sociais de construção da cidadania pública" (Dias Sobrinho, 2012)

         

          Em busca de uma avaliação democrática, ao invés de seletiva, é necessário enaltecer a avaliação formativa buscando mudar e melhorar práticas; compreender o currículo e seus processos de desenvolvimento, no que diz respeito à avaliação da aprendizagem, com um olhar crítico, enxergando os desafios da autonomia das escolas. Assim sendo, a avaliação é encarada como uma prática social contextualizada.
           Convém compreender que a hierarquização dos alunos fortalece as distinções sociais existentes, afastando-se dos princípios de equidade. Ao reconhecer que a avaliação pode contribuir para agravar situações de exclusão escolar e que a mesma pode produzir situações de exclusão social, é crucial a reflexão sobre processos que possam ancorar aprendizagens significativas, que possam favorecer uma educação de qualidade social com uma prática contínua que acompanha todo o processo de ensino-aprendizagem, garantindo o progresso dessa aprendizagem. Boggino (2009) sugere que são os elementos de processo que "permitem aos professores oferecer aos seus alunos um apoio pedagógico sistemático e ajustado às suas possibilidades de aprendizagem".

                                                                                                         


BOGGINO, N. A avaliação como estratégia de ensino: Avaliar processos e resultados. Sísifo, Lisboa, n. 9, p. 79- 86, 2009.

DIAS SOBRINHO, J. Políticas y conceptos de calidad: dilemas y retos. Avaliação. Campinas, Sorocaba, SP, 2012.

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